1000 casas

A instalação performĂĄtica 1000 Casas, projeto do NĂșcleo do Dirceu tem direção artĂ­stica do coreĂłgrafo Marcelo Evelin, A performance reĂșne 15 integrantes do grupo piauiense, que concentra suas atividades em Teresina.


O projeto surgiu como uma inquietação do NĂșcleo, ao discutir o lugar do espectador em um espaço que nĂŁo fosse a poltrona do teatro. Assim, artistas ‘entraram’ em casas do Grande Dirceu – bairro onde fica a sede do NĂșcleo – para provocar o interesse e a corresponsabilidade do morador pela arte, propondo sua participação nas intervençÔes, feitas de ‘visita’ ou de ‘assalto’.

Cada integrante escolheu um perfil de casas para visitar e uma performance a fazer, optando por especificaçÔes como casas com azulejos, moradores com mais de 70 anos e violĂȘncia domĂ©stica, por exemplo. O projeto que jĂĄ visitou cerca de 500 casas do Grande Dirceu, desde 2011, estĂĄ focado na “performatividade” do encontro e no diĂĄlogo com o outro, assim como na criação de um ambiente – simultaneamente fictĂ­cio e real – que possibilite uma troca de subjetividade entre artista e morador, determinando assim a ação performĂĄtica.

Uma das intençÔes do projeto Ă© abordar o lugar privado com um ato pĂșblico. Nas açÔes desenvolvidas, o privado torna-se pĂșblico e vice-versa, numa inversĂŁo que confunde tambĂ©m a noção de artista e espectador, e os sentidos do que seja arte e cotidiano. A esfera pĂșblica se estabelece de forma polĂ­tica pelo compartilhamento do comum. E a esfera privada, porque o acontecimento se dĂĄ na singularidade do indivĂ­duo, em seu universo particular. Com temas predefinidos para as performances nas casas – como violĂȘncia domĂ©stica, bolha, cachorra, corpo-coisa e outros –, os artistas provocam o interesse dos moradores pela arte e propĂ”em uma participação conjunta, executando um ato pĂșblico no espaço privado que resulta em confusĂŁo proposital sobre a função do ator e do espectador. O produto final do que acontece em cada casa – considerado nĂŁo sĂł um registro das açÔes, mas outra obra de arte – Ă© traduzido em conteĂșdo multimĂ­dia, disponĂ­vel no site oficial do grupo.

A passagem de 1000 Casas pelo eixo Rio-SĂŁo Paulo foi destaque nos principais jornais locais, como O Estado de S. Paulo e O Globo, entre outros. Na capital paulista, de 8 a 12 de agosto, o pĂșblico pĂŽde visitar a instalação montada no piso tĂ©rreo do ItaĂș Cultural, das 9 Ă s 17 horas. Todos os dias, Ă s 20 horas, o NĂșcleo do Dirceu apresentou a performance com casa cheia. Na noite de abertura, a apresentação foi seguida de conversa com a crĂ­tica de arte, curadora e psicanalista Suely Rolnik, que esteve em Teresina especialmente para conhecer o projeto.

JĂĄ no Rio de Janeiro, a temporada de 1000 Casas estendeu-se por duas semanas, de 17 a 26 de agosto, dentro da programação do Dança pra Cacilda, projeto de ocupação artĂ­stica do Teatro Funarte Cacilda Becker. Dentre as atividades, estiveram Oficina de Processo Criativo com NĂșcleo do Dirceu e Cine-teatro com Marcelo Evelin. A programação contou ainda com sessĂ”es educativas e gratuitas, Ă s sextas-feiras, que proporcionaram o encontro entre 1000 Casas e o projeto Universidade das Quebradas.

 

Ficha Técnica

 

Espetáculo: “1.000 Casas”
Companhia: NĂșcleo do Dirceu / Marcelo Evelin (Teresina – PiauĂ­)
NĂșcleo do Dirceu / 1.000 casas Ă© Allexandre Santos, Caio CĂ©sar, CĂ©sar Costa, Cleyde Silva, Elielson Pacheco, Humilde Alves, Izabelle Frota, Jell Carone, Jacob Alves, JanaĂ­na Lobo, Layane Holanda, Marcelo Evelin, Regina Veloso e Soraya Portela.
1.000 Casas Ă© apresentado pela Petrobras e pelo MinistĂ©rio da Cultura, com patrocĂ­nio de manutenção do NĂșcleo do Dirceu por dois anos (2011 e 2012), via Lei Rouanet e Governo Federal.

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